TER 22.09.2023
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Sáb 9 Abril - PORTO
00h Fabulosa Marquise & MVRIA
01h BANDIDO$
02h MegaBass (Sergio Gomes + Twin Turbo)
03h Fritus Potatoes Suicide
04h DOUBLE DAMAGE
Cena? Mas que cena?
Corria o ano de 2006 e a "We Are Your Friends" tornava-se num símbolo para aqueles que diziam que "Daft Punk is playing at my house". Os Justice nasciam como filhos de uma geração que apreciava desde o post-rock/punk à new wave/rave, ao electro, seja funk, clash ou (french) house. Do Soulseek e Napster ao fórum do Erol Alkan e MySpace foi um instantinho, até que os blogues surgiram como verdadeiras Hype Machines to "Keep Kids Dancing". E esses mesmos miúdos passaram a consumir em casa o que dançavam na pista, e assim também quiseram saltar para a cabine de DJ. Era o início da primeira cena que veio inteiramente da world wide web para os clubes, do espírito indie e rock DIY para a electrónica de dança.
Em Portugal, a cena clubbing estava naquela ressaca das loucas raves dos 90s, onde o house, techno, acid, jungle e drum and bass rulavam. Claro que havia o Kitten, os Dezperados, e mais uns quantos Valentes que deixaram de ser jealous lovers do house e começavam a saltar dos bares de indie rock e das festas caseiras para os clubes de electrónica. A tecnologia ajudava e too many DJs surgiam, misturando décadas, géneros, ritmos e bpms sem o complexo de inferioridade em relação à electrónica dita "séria". As instituições Lux em Lisboa e Industria no Porto apercebiam-se do fenómeno desses novos cruzamentos e traziam internacionais do género, que abriam infindáveis possibilidades à imaginação dos nacionais. E uma nova crowd começava a aparecer, outrora afastada dos ritmos repetitivos do minimal introspectivo de então, trazendo na sua vez o efusivo headbanging do rock e doutras novas e post-coisas.
E do headbanger à Ed Banger só se foi o "h", mas era esse mesmo "h" a letra que separava os homens dos meninos. O crowd surfing e stage diving deixaram de ser termos aplicados somente em concertos e entretanto os DJs já usavam as mesmas jaquetas de cabedal dos punkalhões e metaleiros. A crowd dos clubes agora saltava, suava, agarrava-se, e misturava-se. E assim se fazia parte de uma cena, e em euforia desbragada.
Chegados a casa, os putos digavam na net da mesma forma que os ídolos DJs compravam discos. O gosto pela música aliava-se à facilidade de a produzir e brincar com ela: os Reasons, Fruity Loops e Ableton Lives abriam caminho à pura experimentação, e os Traktors e Seratos à desbunda. E no processo de aprendizagem tudo era misturado, tal como numa Moulinex: samples funkalhões mesclavam-se com distorções metaleiras e os outrora nerds dos jogos de consola tornavam-se em Shinobis, autênticos ninjas das pistas de dança. No MySpace partilhavam-se os mp3 caseiros com amigos cibernéticos, os mesmos que no fim-de-semana se tornavam reais, e vice-versa. Uns arranjavam um gig e convidavam os outros, e esses outros traziam mais amigos que faziam a cena crescer.
Do Mini-Mercado ao Plano B, do MusicBox ao Maus Hábitos, do Lux ao Gare; de Titan Thursdays a Fat Frydays, de Clash Clubs a Crash From Chaos, de CosmiClubs a Girl Discos, de Panics a Bombas; Lisboa e Porto nunca estiveram tão perto. E com passagens por Setúbal, Almada, Castelo Branco, Caldas, Alcobaça, Coimbra, Viseu, Guimarães, Braga, Arcos, Viana... nunca tantos melómanos se juntaram em tantos projectos, tantas festas, tantas noites épicas. E na D.I.S.C.O, era o verdadeiro Texas, um clube de Guerrilha musical que ia das motosserras à fofice, dos braços no ar aos abraços no chão.
Passados 10 anos desde que os Justice fizeram ecoar na pista um hino à amizade, tudo está diferente. Esqueceram-se uns, mas outros estão bem lembrados. A amizade, essa, perdurará sempre. E é isso que a DISCORRILHA convida todos a celebrar, numa reunião entre os que lá estiveram com os que ainda hão-de vir.
"A time has come to make a decision: are we in this thing alone, or are we in it TOGETHER?"
Toque aquela malha que quisemos esquecer ou a que queremos lembrar, seja passada por um DJ que esta festa convidou, ou por outro que se queira incluir, seja um disco da Roulé ou Crydamoure, da DFA, Italians do it Better ou Valerie, ou então Ed Banger, Institubes ou Kitsuné... A verdade é que, como em 2006, dia 8 (Lisboa) e 9 (Porto) de Abril de 2016, a festa é de todos. E para todos.
Convidamos todos a partilhar a sua experiência.
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