👉 𝐈𝐧𝐚𝐮𝐠𝐮𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨: 𝟎𝟏.𝟏𝟐 (𝐐𝐔𝐈) / 𝟏𝟖:𝟑𝟎

⌛ 𝐏𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐚𝐭𝐞́: 𝟐𝟕.𝟎𝟏
📍 𝐌𝐮𝐩𝐢 𝐆𝐚𝐥𝐥𝐞𝐫𝐲

🔖 𝐄𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐞

--

Nunca a História da imagem viveu circunstâncias tão especiais.

Se por um lado nunca houve tanta abundância, diversidade e exaustão num universo de criação pessoal, íntimo e despreocupado, por outro lado no universo profissional e em particular da publicidade, nunca existiu tanto escrutínio, revisão e validação das interpretações que uma imagem pode gerar.

Uma imagem disposta num mupi publicitário tem a capacidade de gerar vendas, fidelizar e capitalizar, mas também pode ter a capacidade de ferir susceptibilidades e de gerar conflitos de leitura. Nunca o leitor foi tão crítico, mas polarizado.

A verdade é que num universo de escolhas, tudo é político. Acreditamos, muitos de nós, que política é partidarismo. Mas a política vive em todas e cada uma das nossas escolhas, frases, actos e pensamentos. Mas pode ainda assim a nossa política diária ser poética? Podemos nós fazer um acto político-poético de gerar a livre interpretação sobre imagens fortes, que nos tocam, mas não sabemos exatamente bem porquê? Que são belas mas horrendas ao mesmo tempo.

O conjunto de imagens que apresento aqui são imagens que dificilmente viveriam bem no mundo da publicidade. São imagens de desconforto, de vulnerabilidade, de fragilidade. Mas também são imagens de descendem de gestos que tantas vezes vemos retratados em pinturas renascentistas da Deposição de Cristo, ou barrocas como algumas naturezas mortas, em especial o Boi Dissecado de Rembrandt.

Interessa-me entender como num mundo tão cheio de imagens, todas as imagens têm os seus meios próprios, onde sabemos por decreto social onde são aceites ou não.